"Assim como o amor e a música, o xadrez tem o poder de tornar os homens felizes." (Tarrash)

domingo, 23 de julho de 2006

Lev Polugaevsky aprendeu.


No livro "Sicilian Love", de Polugaevsky com Piket e Guéneau, há uma entrevista interessantíssima com o nobre jogador, na qual ele fala sobre sua vida, seu contato com xadrez, suas experiências. Um trecho impressiona: perguntado sobre como se tornou um jogador profissional, ele acaba revelando como se tornou autor de livros - por sinal, ótimos livros! Em um encontro com Botvinnik em Belgrado, 1969, Polugaevsky é questionado se "está atualmente escrevendo um livro de xadrez". Respondendo negativamente, o primeiro não hesita em dizer:
"Why don't you accept that you are lazy? You should be ashmed of yourself. It is the responsibility of all grandmasters to write books." ( Por que você não aceita que você é um preguiçoso? Você deveria estar envergonhado de você mesmo. É responsabilidade de todo grande mestre escrever livros.) - Olha só, chamado de preguiçoso, na cara dura!
O importante é que a "intimada" rendeu frutos. Agora me diz: quem intimará nossos grandes mestres??? Eu é que não serei, afinal, ser grande mestre no Brasil é um desafio e tanto! Não só para alcançar o título não, mas principalmente para que ele realmente represente algo em âmbito internacional. E nós temos somente seis deles!
Alguns grandes mestres brasileiros escreveram livros de xadrez. É o caso de Darcy Lima, com os livros "Xadrez, Aprenda a Jogar", "O ABC das Aberturas", "Estratégia" e "Combinação". Os dois últimos contam com a co-autoria de Júlio Lapertosa. Nunca vi nenhum.
Gilberto Milos fez sua parte, escreveu "Xeque e Mate", em parceria com Davy D'Israel.
Giovani Vescovi traduziu o excelente e egocêntrico "Meus Grandes Predecessores".
Henrique Mecking escreveu "Como Jesus Salvou Minha Vida"- sem comentários.
Não gosto de pensar que esta localização em obras para os iniciantes do xadrez ou os que desejam aprender o jogo seja uma atitude, digamos, reflexiva da política "xadrez em massa" dos projetos escolares. Porque se for, digo que é uma pena. Com a qualidade destes jogadores, esperamos obras profundas, de qualidade, que circulem todo o mundo enxadrístico e não se concentrem apenas em escolas com projeto de xadrez. Não desmereço a atitude, é importante que haja bons livros de iniciação para que se aprenda correto. Mas é só isso?
Socializar o conhecimento é importante para que novos talentos surjam. Publicar é um ato de coragem, ainda mais no Brasil e sobre xadrez! Porém, até quando ficaremos à margem do grande circuito mundial de xadrez? As publicações são importantes para divulgar o xadrez brasileiro. Muitos têm feito sua parte, como Paulo Giusti e Gérson Batista e Joel Borges. Temos muitos mestres traduzindo. Mas por que não escrever?
Isso não é uma intimada, juro pelos Deuses! É só um desejo, uma curiosidade, e um pedido leve: grandes mestres, aprendam como Polugaevsky aprendeu! Escrevam!!!

sábado, 22 de julho de 2006


Esse negócio de blog tá mesmo na moda, conheço tanta gente que tem que só vendo! E no mais, dependendo do assunto que você digita na busca do Google aparece como link... um blog! Isso mesmo, o blog é bom por isso mesmo, dá para falar de tudo e de todos! Democrático que só ele. Já que é assim, também quero o meu! * risos*

A idéia aqui é simples: falar sobre xadrez. E não vem me falar que é difícil porque não é. Falar não é nada, quero ver é jogar xadrez! Mas como vou falar, meu jogo está poupado. Sorte minha.

Quero trazer aqui algumas coisas que leio e gosto sobre xadrez e que penso também. Já tive a fase de escrever crônicas, ainda persisto na de entrevistas, mas um blog combina mais comigo porque acaba parecendo um papo com todo mundo e com ninguém ao mesmo tempo. O que quero mesmo e não perder essa vontade de viver o xadrez de todas as maneiras possíveis, seja jogando, seja falando sobre ele, estudando, pensando na amplitude de possibilidades que ele nos coloca... Não sei se conseguirei alcançar meu objetivo, de falar as coisas que penso e demonstrar a paixão que tenho. Mas que fiquem claras minhas boas intenções!

Não aceito sugestões. O blog é meu, não é?! Então vou falar o que eu quiser mesmo. Aceito comentários, serão muito bem vindos.

Esta é minha breve apresentação, bem improvisada. Blog é bom por isso também, não precisa ficar relendo para ver se está bom e gramaticalmente correto. A informalidade dá uma liberdade que só ela! Vamos ver no que isso vai dar.